Jogos e Games ajudam no desenvolvimento cognitivo
Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*
Diversos jogos datam de centenas de anos antes de Cristo, sabemos disso porque escavações arqueológicas os encontraram. Alguns jogos parecem que sempre existiram na humanidade como forma de educar o corpo e a mente para a sobrevivência e o lazer, passando de geração em geração, como é o caso das brincadeiras de esconde-esconde e pega-pega. A ideia de jogo pode estar relacionada à memória coletiva da educação familiar, quando os pais interagem com filhos, desde as primeiras brincadeiras com o bebê até mesmo quando observam as crianças brincando.
A palavra jogo tem sua origem na palavra "Jocus" em latim, que significa brincadeira e divertimento. Os jogos são brincadeiras estruturadas, praticadas com fins recreativos a partir de regras. Podem também ser reconhecidos como instrumentos educacionais. Os jogos envolvem distração, relaxamento e, também, expressão de ideias e emoções envolvendo muita estimulação mental e/ou física.
Você sabia que os jogos contribuem para o exercício da inteligência emocional? Essa é uma habilidade considerada muito importante tanto no mundo do trabalho como nas relações sociais. A inteligência emocional é um ingrediente fundamental para o desenvolvimento de liderança e enfrentamento da vida no geral.
Em sala de aula o aprendizado por meio dos jogos e games motiva os alunos a aprenderem de forma independente, saindo um pouco daquela rotina maçante do dia-a-dia, não precisando de instruções necessariamente feitas pelo professor. E o cérebro agradece, pois os jogos ativam a dopamina no nosso cérebro, proporcionando prazer.
Ainda no contexto educacional, os jogos e a gamificação podem ser utilizados em metodologias ativas, que surgem da ideia de que o aluno é um ser ativo em busca de sua aprendizagem, ou seja, ele precisa de autonomia para fazer suas escolhas e tomar decisões. O professor, por sua vez, assume o papel de orientador que tem relevância como curador ao desenvolver projetos com os alunos. Os jogos e a gamificação intensificam o papel autônomo do aluno, pois são simuladas situações desafiadoras, são apresentadas opções para escolha de recursos, bem como, os alunos têm oportunidade para reflexão e crítica sobre aspectos da realidade que vivenciam.
Como você pode observar, os jogos podem oferecer grandes oportunidades de desenvolver algumas habilidades emocionais como: autoconfiança, coragem, paciência, persistência, tolerância, autoconhecimento, resistência a frustração, comunicação e empatia.
A motivação gerada por atividades gamificadas educacionais impulsiona a produtividade e o desempenho, despertando o interesse pela aprendizagem.
Em relação ao desenvolvimento de habilidades cognitivas, ao longo dos anos, diversas pesquisas têm consistentemente mostrado que os jogos podem ajudar a desenvolver várias habilidades como: aprendizagem e memória, habilidades psicomotoras, atenção seletiva visual, habilidades analíticas e espaciais, habilidades estratégicas entre outras. Já existem sistemas que visam reabilitação cognitiva ao estimular habilidades específicas em pessoas com várias necessidades especiais.
Podemos concluir que existem muitos jogos sérios que visam auxiliar na aprendizagem e desenvolvimento cognitivo podendo ser grandes aliados das famílias, professores e terapeutas quando o assunto é aprendizagem.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/
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