Sexta, 06 Jun 2025

Exposição de crianças e adolescentes a músicas com conteúdo impróprio

O Estatuto da Criança e do Adolescente e outras leis brasileiras garantem que é dever de todos proteger os menores de 18 anos. Nossa legislação prevê classificação indicativa em filmes, proíbe a venda de álcool, de revistas e publicações com conteúdo impróprio, violência contra a mulher e incitação a vários crimes. Porém, em várias letras de músicas tudo isso que é proibido é narrado e veiculado em ambientes públicos e privados de uso coletivo que permitem a presença desse público.

A contemporaneidade traz muitos desafios para a sociedade e um deles é a proteção a infância. Já passou da hora de colocar ordem nessa bagunça. Muitas crianças e adolescentes estão sendo usurpados de seus direitos. Somos contra a censura, mas não somos contra a regulamentação.

Precisamos educar e chamar a população para assumir sua responsabilidade social. Todos nós somos responsáveis pela educação da próxima geração.

Assim como existe classificação indicativa para filmes, programas, venda de bebidas alcóolicas, é preciso colocar faixa indicativa para músicas em ambientes frequentados por este público.

Hoje é rotina você estar em um ambiente público com seus filhos e alguém colocar músicas que descrevem sexo explícito sem o menor pudor. O que fazer? Que atitude podemos tomar? Eu, geralmente, me retiro do ambiente. Ou seja, vencem aqueles que não têm a mínima noção do que é responsabilidade social.

Vocês se recordam das lives que aconteciam no Youtube na época da pandemia? A minha indignação com aquelas lives era enorme, porque infelizmente o dinheiro realmente fala mais alto. Quem eram os maiores patrocinadores? Empresas de bebidas alcóolicas. Aquele artista que tinha acesso a um grande público, inclusive ao infanto-juvenil, que poderia usar a comunicação e seu talento para influenciar multidões e agregar algo realmente de valor na vida das pessoas, se embebedava ao vivo e incentivava milhões de pessoas ao consumo de álcool. Mas sempre tem aqueles que foram contra a maré e usaram a live para pedir doações e influenciar de maneira positiva multidões, como a dupla sertaneja Jorge e Mateus.

Algumas das consequências negativas no desenvolvimento de crianças e adolescentes que são expostos a este tipo de música são: estímulo precoce à sexualidade, normalização da violência e ao uso de drogas, além de afetar o desenvolvimento psicológico.

É fundamental que pais, educadores e cuidadores ofereçam orientação e supervisão adequadas sobre o consumo de músicas e outros conteúdos, para que as crianças e adolescentes tenham acesso a informações positivas e saudáveis, que promovam o desenvolvimento saudável e o respeito pelos valores sociais.

A música pode ser uma ferramenta de desenvolvimento positiva, quando utilizada de forma adequada. A participação ativa em atividades musicais, como ouvir, cantar e tocar, pode estimular o desenvolvimento dos sentidos, da linguagem, da expressão e da criatividade.

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica, Pedagoga com Habilitação em Administração Escolar, Especialista em Intervenção ABA no Autismo e Deficiência Intelectual, Professora/Formadora em Educação Inclusiva, além de Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar, clínico, empresarial. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com. Instagram: @neuropsicocristianesaraguci. Facebook: @neuropsicocristianesaraguci. Site: www.cristianesaraguci.com.br

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