Sábado, 04 Out 2025

A diferença que um pai faz

Adoro ler artigos e livros sobre o universo familiar e me alimento muito deles. Tive a oportunidade de ler um artigo bem legal sobre inteligência emocional para pais e filhos e entre vários capítulos, este que vou transcrever abaixo, foi o que mais me chamou a atenção.

Vou dividi-lo com vocês!

"O que a criança perde quando o pai é ausente, distante ou vive pensando em outra coisa? Pesquisas em desenvolvimento infantil nos mostra que perdem mais que uma "vice-mãe". O pai tem outro tipo de relacionamento com os filhos, o que significa que seu envolvimento propicia o desenvolvimento de competências diferentes, sobretudo na área das relações sociais.

Desde cedo, a criança sente a influência do pai. Uma investigação, revelou que bebês de 5 meses do sexo masculino que têm muito contato com os pais estranham menos as pessoas. Esses bebês vocalizavam mais para pessoas estranhas e atiravam-se mais no colo de qualquer um do que aqueles cujos pais não se envolviam tanto. Outro estudo mostrou que os bebês de um ano que têm mais contato com o pai choram menos quando deixados com um estranho.

Muitos pesquisadores acham que o pai influencia os filhos antes de mais nada pela brincadeira. Além de passar mais tempo envolvido em atividades lúdicas com o filho, o pai faz mais brincadeiras físicas e excitantes do que a mãe. Observando os casais com filhos recém-nascidos, Yogman e Brazelton verificaram que os pais conversavam menos com seus bebês, mas os tocavam mais. O pai em geral fazia mais ruídos rítmicos para chamar a atenção do bebê. Além disso, suas brincadeiras eram uma montanha russa emocional, envolvendo atividades muito pouco interessantes e outras excitantes. As brincadeiras da mãe, com compensação, eram mais calmas e deixavam a criança mais tranquila.

Essas diferenças se mantêm durante a infância, com os pais fazendo brincadeiras mais "brutas", como atirar a criança para o alto e fazer-lhe cócegas. O pai muitas vezes inventa jogos idiossincráticos ou incomuns, ao passo que a mãe em geral se atém às brincadeiras clássicas como "cadê?", "bate-palminha", leitura ou manipulação de brinquedos e quebra-cabeças.

Muitos terapeutas acreditam que o estilo "ruidoso e um pouco mais bruto" do pai ajuda muito a criança a aprender sobre as emoções. Imagine o papai se fazendo de "monstro", correndo atrás daquele bebezinho que foge engatinhando e divertindo-se a valer, ou levantando o filho acima da cabeça para um passeio de "avião". Brincadeiras como essas fazem as crianças provar aquela emoção de sentir uma ponta de medo enquanto está excitada e se divertindo. A criança aprende a prestar atenção às deixas dos pais e reagir a elas para ter uma experiência positiva. Descobre, por exemplo, que dar gritinhos faz o papai rir e prolonga a brincadeira. A criança também observa o pai para saber se a brincadeira está acabando ("Pronto! Agora chega") e aprende a se acalmar depois da excitação.

Estas técnicas são muito úteis para a criança que já está se aventurando no mundo dos companheiros de brincadeira. Tendo brincado de luta com o pai, o menino sabe quando uma pessoa está exaltada. Sabe inventar maneiras de se divertir e sabe reagir aos outros de formas que não sejam, nem muito paradas e nem muito agitadas. Sabe manter suas emoções no nível ideal para se divertir com a brincadeira."

Gostou do texto? Ele fez sentido para você?

* Terapeuta Familiar - Casal - Individual, ênfase na relação mãe-bebê. Especialista-Mestre-Doutora-Pós-Doutora pela UNIFESP, Fellow Universidade Pittsburgh - USA. Site: www.terapeutadebebes.com.br. Instagram: @terapeutadebebes_familia

Veja mais notícias sobre Dra. Regiane Glashan.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Sábado, 04 Outubro 2025

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.atibaiahoje.com.br/