Terça, 27 Maio 2025

Confissão insegura

Admito e tenho que dizer que sou um cara sortudo. Sortudo sim. Afinal, moro aqui na cidade, porém, no meio de um mato em uns mil metros quadrados de árvores, capim, flores, bichos e bichinho de tudo quanto é tamanho que a natureza oferece. E deu. Estão todos lá, estou vendo agora. Tem passarinhos, tem bichinhos, tem mais bichinhos bem bichinhos, ou seja, bichinhos menores que os menores dedos que a gente tem nas mãos. Fora isso, tem os bichinhos que perturbam os outros bichinhos bem maiores, da mesma forma que a gente - com todo esse tamanhão da gente - perturbamos a eles e à natureza propriamente dita.

Propriamente e impropriamente, diga-se de passagem ou até sem passagem mesmo.

Estão todos lá. Manhã, tarde, noite, noves fora qualquer hora do dia, da semana, do mês, do ano, da vida, até à morte. Lamentavelmente a morte deles, claro, por enquanto. E vamos tocando a vida.

Vez por outra um ou outro resolve fazer cocô ou xixi justamente na hora que a gente está passando e o cocô ou o xixi acertam bem na mira. Não cheiram tão mal os cocôs dos bichinhos, mas também não cheiram nada bem. Cocô, de gente ou de bicho cheira mal mesmo.

"Que merda, não?" - diriam os mais ousados.

Em todo o caso, a palavra merda é merda mesmo num momento de merda que o mundo anda passando.

Se bem que o merdel até já foi bem maior em tempos antigos. E mais: o ser humano parece gostar desse merdel todo. Afinal, o merdel geral é o resultado das tantas encrencas entre eles, eu falo dos seres humanos entre si, claro. Dá dó, não dá?

Todos os dias a gente vê a coisa despencando por aí. É homem contra homem, mulher contra mulher, mulher contra homem, homem contra mulher, todos contra todos ou até uns e outros que acabam se batendo e debatendo contra eles mesmos.

Uma eterna disputa, sendo que o vocábulo "agora em causa", ou "disputa", até acabou quase atingindo a sensação de ser uma expressão dolorosa que ofende. E ofende muito mesmo, até quando nem quer ofender, na medida em que lembra a tal parição - (parição no sentido de parir, claro) - das pessoas, e o tal de "pqp", que acaba ofendendo dolorosamente, quem é xingado. Dureza, não? Pois é, uma coisa, ou uma expressão que não tem nada a ver com outra acaba se tornando num quase palavrão altamente complicado, já pensou nisso?

Pior é que, brincando ou não, o tal palavrão é falado a toda hora, uns para os outros se bem que, claro, as tais meninas não têm culpa de quem pariu ou não pariu, e eu nem sei se o ilustre leitor concorda.

Parir ou não parir, realmente não importa nem quem pariu, na medida que até as meninas podem parir sim, como já se viu.

O problema é que esse vocábulo, o tal de "pariu", também pode até ser usado como verbo, numa exclamação explosiva e anti-briga - "Parem!" - Como se vê e até se ouve por aí o tal verbo sempre aparece, podendo, ou até devendo ser utilizado no vernáculo popular, no uso do dia a dia. Afinal, concordem ou discordem, a expressão pare, é para parar e não parir, é ou, não é?

Por outro lado, tem mais coisas: tem o verbo parir, o parir de quem dá à luz, mesmo não sendo uma empresa elétrica ou de eletricidade e tem um filho. Claro que, neste momento, já estamos falando aqui do verbo parir, ou seja, dar à luz, no linguajar aceso do Idioma Português, não acha?

A gente nem pode levar a sério essas coisas todas porque o Idioma Português tem mesmo essas regalias, essas confusões, essas permissões que atrapalham mais do que ajudam.

Concluo dizendo, na certeza, que não ajudei em nada, ao contrário, só compliquei na minha explicação que também não explica coisa nenhuma, ao contrário, deixou tudo no ar. Eu também fiquei no ar sem saber o que fazer e sem ter onde me agarrar. O pior é que eu não tenho seguro

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