Quinta, 30 Out 2025

Você já ouviu falar em Baby Blues? (Parte 1)

A mamãe fica ansiosa, estressada e angustiada com tudo que ela tem que fazer: cuidar do bebê, dar conta dos afazeres da casa, cuidar do companheiro, receber as visitas, entre outras atividades do cotidiano, e, ainda, quando sobra um tempinho, se dar uma olhadinha no espelho e reparar que não deu tempo para pentear os cabelos. É uma verdadeira maratona fora de competição.

A maioria das avós comenta que o culpado de tudo isso são os hormônios femininos em descompasso que tomam conta do corpo da mulher - "como um encosto" desde o comecinho da gestação. No início eles provocam náuseas, vômitos, sonolência, humor lábil e agora, no pós-parto, provocam esse tal de "bebê-azul".

Baby-blues - algo melancólico que deixa a mulher meio estranha.

De um lado ele instiga a mãe a lembrar constantemente que o bebê existe e do outro deixa a mãe também azulada, azulada no sentido de se sentir meio perdida, com sentimentos de menos valia e de que não vai dar conta da situação.

Deve ser azul de raiva por não entender o que o bebê quer dizer com seu chorinho (às vezes chorão) no seu comecinho de vida, azul por não ter outra opção de cor, pois seus vestidos coloridos de não grávida não lhe vestem bem ainda, azul por permanecer muito tempo acordada sob a luz do abajur. Azul, por poder ser a cor da mágoa sem causa aparente, que se agrava aos menores fatos do dia a dia.

Penso que grandes autores da dramaturgia, por mais que tentem, são incapazes de tecer um enredo tão rico como o da mulher no período do baby blues. São as estações chuvosas e nebulosas que melhor o exemplificam. É uma grande turbulência que permite a mulher entrar em contato íntimo com seu filho - acomete cerca de 70% a 90% das puérperas. Aparece por volta do terceiro ou quarto dia pós-parto e dura mais alguns dias.

Contudo, como saber diferenciar um clássico baby-blues de uma depressão puerperal?

O Baby-blues pode ser considerado como um estado de fragilidade e hiper emotividade em que a puérpera se "desmancha" em lágrimas, chora por algumas horas e logo depois nem pensa mais sobre o que desencadeou seu pranto. Entre um choro e outro, há espaço para a alegria de ter dado a luz a um bebê saudável e desejado.

Portanto, o choro é intermitente e o que fala mais alto é o sentimento de incapacidade em assumir o papel de mãe.

E as mães que já tiveram filhos anteriormente, elas também vivenciam o baby-blues? Certamente, só que elas temem não dar conta de todos eles.

Bem, parece que rodeamos, circulamos e não respondemos o que desencadearia o baby-blues.

OK!

A resposta desta pergunta ficará para a próxima edição do Jornal Atibaia Hoje!

* Terapeuta Familiar - Casal - Individual, ênfase na relação mãe-bebê. Especialista-Mestre-Doutora-Pós-Doutora pela UNIFESP, Fellow Universidade Pittsburgh - USA. Site: www.terapeutadebebes.com.br. Instagram: @terapeutadebebes_familia

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