Quarta, 24 Abr 2024

Dilema: Salvar vidas ou a economia?

Salvar vidas ou a economia?
Diante do caos instalado pela pandemia do Coronavírus, afetando praticamente todos os setores da economia e com inúmeras opiniões divergentes em busca de possíveis soluções para alcançar um equilíbrio entre salvar vidas ou a economia, o Jornal Atibaia Hoje buscou opiniões de pessoas ligadas a diversos segmentos, cada uma externando o seu ponto de vista de como desfazer o Nó Chinês, que estrangula o sistema de saúde e a economia. 


Adauto Oliveira
Secretário de Planejamento e Finanças

Do ponto de vista dos profissionais da saúde pública, infectologistas e epidemiologistas, o confinamento e a quarentena são as ações mais indicadas para salvarmos vidas e evitarmos um colapso no sistema de saúde, que por falta de recursos no orçamento tem dificuldade de aumentar leitos de UTI, respiradores e testes para o maior número possível de pessoas.

Temos que escolher nossa estratégia, realmente o confinamento e o isolamento social poderão levar o país à recessão, com o aumento do número de desempregados, por isso os governos sejam eles, Federal, Estadual ou Municipal têm de tomar suas medidas no enfrentamento tanto do Covid-19 quanto das questões econômicas, mesmo com certas divergências entre as ações.

Vejo com bons olhos a recém aprovada Renda Básica, que ajudará os trabalhadores informais nesse período e a iniciativa do BNDES em criar linha de crédito voltada especificamente para a folha de pagamento, com juros baixos, carência de seis meses e trinta meses para quitação, garantindo a capacidade produtiva e a continuidade dos empregos para micros, pequenas e médias empresas.

Penso que não se trata de fazer a escolha entre salvar a economia ou a vida, até porque de que adianta a economia para aquele que perde a vida?

Portanto a melhor alternativa é salvar o maior número de vidas e trabalhar na redução dos impactos econômicos desse isolamento social.

* * *

Adriano Bedore
Advogado e Historiador

Aqueles que passaram por problemas de saúde, sabem bem que nada tem importância se não tivermos saúde e, consequentemente, a vida. Não importa ter poder, dinheiro e oportunidades de trabalho, se não temos saúde. Agora é a hora de cuidarmos da saúde e da vida das pessoas, depois vem qualquer outra coisa, inclusive a saúde da economia.

* * *

Alessandro Roncoletta
Presidente da ACIA

Vidas! Sempre vidas em primeiro lugar! Este pensamento inclui logicamente, a retomada das atividades comerciais e econômicas, observando-se regras para o funcionamento seguro de cada atividade, pois se não o fizermos, vidas se perderão em virtude da catástrofe econômica que nos assolará.

* * *

André Agatte
Secretário de Mobilidade e Planejamento Urbano

A situação é muito delicada e não pode ser um tema de polarização política. Precisamos salvar vidas e o governo federal precisa sinalizar e agilizar um pacote de medidas econômicas para amenizar os prejuízos resultantes do isolamento social, que é absolutamente necessário neste momento. Evidente que teremos perdas significativas na economia, mas devemos seguir as recomendações da OMS (Organização Mundial de Saúde) e do Ministério da Saúde para evitarmos uma tragédia ainda maior. É o que o mundo todo está fazendo em nome de preservar vidas e não colapsar o sistema de saúde. Relativizar a determinação do isolamento agravará ainda mais a crise econômica e de saúde pública num futuro próximo. Experiências como da Itália, Espanha e até mesmo dos Estados Unidos demonstram isso. Com relação à economia, o governo federal precisa ser protagonista, agir forte, intervir com mão pesada para evitar uma debacle econômica, agilizar a distribuição de auxílio aos mais pobres e baixar pacotes e medidas que preservem a indústria, o comércio, os empregos, pequenos e médios empresários. Portanto, racionalmente não há como fomentar uma dicotomia entre salvar vidas ou a economia. O debate tem que ser sobre como salvar vidas e diminuir prejuízos econômicos através de mecanismos que apenas os governos federal e estaduais têm condições de propor aos cidadãos e aos municípios. O momento é de união, de somar esforços, fazer a população entender a necessidade do isolamento e estarmos prontos para exercer a capacidade de solidariedade e empatia do povo brasileiro. Unidos neste propósito certamente sairemos desta tragédia mais fortes enquanto país e enquanto sociedade!

Carlos Cusatis
Empresário

Neste momento difícil que o mundo está passando, temos que nos preocupar com o ser humano agora e sempre, sem tomar atitudes imediatistas, temos que saber dosar para não criar outro problema na frente.

* * *

Cleber Gerage
Advogado

No meu entender, no primeiro momento, nosso único dever é salvar vidas, e o isolamento social é o caminho. De qualquer forma, as decisões governamentais devem ser adotadas com responsabilidade e com respaldo em questões técnicas, pois, a economia também merece atenção. Do contrário, após a crise na saúde pública, teremos a maior crise socioeconômica da história, com falências de empresas e desemprego descontrolado. O momento requer medidas governamentais equilibradas para proteger a vida e, ao mesmo tempo, a economia e o emprego em geral. É a minha opinião.

* * *
Daniel Martini
Vereador

Ambas. Para isso, precisamos da definição de uma estratégia clara e unificação dos discursos dos entes federativos, de modo a proporcionar um tempo mínimo para que o sistema de saúde possa se adequar para o atendimento dos pacientes; paralelamente, as políticas públicas de transferência de renda para pessoas e empresas são essenciais para garantia de subsistência, emprego e liquidez; por fim, calma, solidariedade e esperança são palavras de ordem para todos nós nesse momento.

* * *

Danila Montagnani Galvani
Microempreendedora Individual

Salvar vidas, porém para que tenhamos insumos hospitalares necessitamos da economia ativa.

* * *

Emil Ono
Vice-prefeito

Vivemos uma crise de saúde pública mundial com proporções nunca vistas. Segundo a ONU, a pandemia do coronavírus é a crise mais desafiadora desde a Segunda Guerra Mundial, que poderá gerar a maior recessão dos últimos 75 anos.

Enquanto poder público, temos dois desafios: conter a curva de contaminação da Covid-19 e evitar um colapso em nosso sistema de saúde; e manter a economia aquecida, evitando problemas sociais que também correm o risco de serem agravados em um país como o Brasil, como o aumento da pobreza extrema e o crescimento da criminalidade e da violência.

Em Atibaia o desafio é ainda maior, pelo fato de sermos referência regional de saúde para as cidades vizinhas. Isso significa que quando as pessoas infectadas necessitarem de atendimento, teremos grande demanda a ser enfrentada.

Uma pesquisa realizada recentemente por cientistas da Universidade Northwestern e da Free University de Berlim, tendo como base a economia dos Estados Unidos, concluiu que é inevitável uma recessão econômica, independentemente de políticas de isolamento social, porque as pessoas já tendem a reduzir, naturalmente, o consumo e o trabalho em razão do impacto da epidemia em suas vidas.

Desta forma, acredito que temos que encontrar um equilíbrio. Frente às previsões de que teremos o pico de contaminação no Brasil nas primeiras semanas de abril e com base nos estudos científicos, a orientação é para mantermos o isolamento e o distanciamento social como estratégia para a redução do contágio neste momento mais crítico. Ao mesmo tempo, precisamos auxiliar na organização dos comerciantes e produtores rurais para venda em sistema delivery, visando amenizar as perdas. Passado o período mais crítico e o mercado já mais adaptado a essa nova realidade que se apresenta para nós, permitir a abertura do comércio ao público e, consequentemente, a circulação de pessoas, de forma gradual.

Algumas pesquisas que apontam a permanência da pandemia para até o final do ano, sugerem que os países deverão intercalar momentos de isolamento com momentos de circulação para a estabilidade da curva, até que a pandemia acabe.

É uma situação que exige avaliações constantes da evolução do cenário e tomadas de decisões rápidas pautadas em salvar vidas, enquanto buscamos caminhos para amenizar a crise econômica.

* * *

João Garreta Prats
Procurador de Justiça

É muito difícil, neste momento, dosar entre dois bens que aparentemente se contrapõe: a saúde de parcela da população exposta a riscos devido a possível colapso da rede de saúde; e a paralisia da economia, que pode gerar tantos males, inclusive gerar outras doenças e fome.

Na verdade, é preciso salvar o maior número possível de vidas; e isso vai decorrer da maneira como agirão nossos dirigentes.

Se efetivamente estiverem imbuídos de espírito público, saberão dosar entre a paralisia da economia em determinados momentos e sua liberação em outros, na medida das possibilidades.

O exagero, em um ou outro sentido, como muitos pregam, vai causar danos irreparáveis.

* * *

Jotinha Farah
Empresário

Isolamento vertical.
Abertura do comércio já.
Respeitando normas sanitárias de aglomeração e higiene!

* * *

Luiz Fernando Pugliesi
Ex-secretário de Governo

Estamos passando por um período de reflexão sob vários aspectos, comportamentais, sociais, de consumo e principalmente de atividades que podemos criar ou reinventar para conseguir sobreviver. Nós precisamos buscar alternativas de renda, precisamos pensar fora da caixa, ir além dos modelos convencionais e alcançarmos formas diferentes de vencermos essa fase.

Com certeza a sociedade está diante de um grande desafio, restringir as pessoas de saírem de casa para sobreviverem ou não se contagiarem. Por outro lado, o povo precisa trabalhar, precisa de emprego, para sustentar suas famílias. Ao final opto por salvar vidas, porque sem vida não poderemos mais trabalhar, empregar, empreender e principalmente sonhar.

Tenho esperança que passaremos por isso, sofreremos, mas precisamos ser positivos, pensar que superaremos as adversidades e teremos dias melhores sim.

* * *

Lucas Cardoso
Presidente da Câmara Municipal de Atibaia

Entendo não se tratar propriamente de opinião, mas de responsabilidade enquanto cidadão e como representante do povo.

Não se pode optar pelo salvamento de um ou de outro (saúde ou economia) porque ambos são bens jurídicos tutelados e distintos, de sorte que a manutenção de um tem relação direta com o outro.

A pandemia é questão de saúde pública mundial. Por isso, é evidente que a vida e a saúde devem ser colocadas em primeiro plano, até porque todos os demais direitos são decorrentes da existência de vida humana.

Por outro lado, a saúde financeira da população também acomete o estado psíquico das pessoas e, sem dúvida, a instabilidade econômica também faz a população adoecer.

O Poder Público tem adotado medidas destinadas a minimizar os impactos negativos do abalo econômico às pessoas menos favorecidas. Se tais medidas serão suficientes para combater a falência populacional é algo, momentaneamente, impossível de pontuar, mas seguramente haverá perdas financeiras e de vidas, lamentavelmente.

Por isso, ao menos por ora e por cautela, as recomendações oficiais de isolamento e proteção devem continuar sendo seguidas, sobretudo em razão da vigência de Decreto Estadual que ainda defende o distanciamento social como medida mais protetiva.

Como disse acima, a questão não é de opinião, mas de cautela e acredito que devemos aguardar mais uns dias, acompanhar a evolução do vírus em nosso país, em nossa cidade, para que eventuais decisões e medidas possam ser adotadas pelo Poder Público com o mínimo de impacto possível na vida de todos.

* * *

Marcio Costa
Jornalista

Diante das informações que nos chegam por autoridades de saúde, é preciso ficar em casa e salvar vidas. Quando tudo isso passar, unidos, conseguiremos reconstruir nossa economia.

* * *

Miriam Campanhã
Comunicadora

Economia x Vírus. Qual a receita para essa questão? Quem garante que uma ou outra ação está 100 % correta? Estamos protagonizando um dos piores momentos de nossas vidas, cada um com suas questões pessoais, necessidades básicas, emocionais, loucuras e medos todos emergindo simultaneamente, trabalhar está certo? Ficar em casa está certo? Ninguém tem a receita alternativa efetiva. Há um dilema e comoção que bate de frente com as imposições alteradas de opiniões, brigas e desentendimento tem sido o ponto alto no mundo virtual ou físico. Entretanto, tudo isso pode servir de ensinamento para A VIDA: aprender que poupar é uma obrigação, ter um plano a, b, c de trabalho, abraçar quem ama enquanto pode e ter fé e acreditar que tudo irá passar!! E não acreditar em tudo o que lê.

* * *

Português Atibaia
Feirante

Hoje o mais importante é a vida, a situação financeira nesta hora não é importante.

As dívidas, dá para negociar e ir acertando aos poucos.

E a vida com que podemos negociar?

* * *

Renato Russomano
Publicitário

Hoje discutimos o prolongamento do decreto estadual e municipal de fechamento do comércio devido ao Covid-19. Discute-se, essencialmente, se as pessoas devem regressar aos seus trabalhos para reerguer a economia, ou se devem continuar em casa para evitar o contágio deste vírus. E como resolver isto? Proibir a circulação de pessoas nas ruas e acúmulo de indivíduos em estabelecimentos comerciais, ao mesmo tempo obrigarmos trabalhadores a serviços essenciais sem sequer darmos um transporte público adaptado as condições de higiene, impedindo assim o contágio. Mas isto hoje não está sendo executado. No caso do comércio voltar de imediato, todas as precauções devem ser tomadas para que o consumidor tenha total segurança e não se exponha ao contágio. Jamais colocarei a economia acima das vidas humanas mas devemos ser sensatos em nossos atos para que todos os detalhes sejam eficientes e operantes. A Saúde está sempre em primeiro lugar.

* * *

Sérgio Mantovaninni
Empresário

Quando se está em uma guerra, quem se esconde na trincheira só se salva se os que saem dela para a luta vencerem, senão estará condenado ao frio, à fome ou a ser atingido pelo inimigo.

Assim, penso que as duas coisas se completam, vidas e economia.

Senão, vejamos.

Os técnicos em saúde pública batem cabeças entre duas vertentes possíveis, distanciamento social vertical ou distanciamento social horizontal.

Ambos os lados têm fortes argumentos para defender suas teses e a população se desespera entre uma e outra.

Quem pode fica em casa, quem não pode fica ao relento da incerteza, à beira do precipício.

A possibilidade dos técnicos em saúde pública caminharem para um consenso é grande e eu acredito que, em breve tempo, estarão alinhados. Sinto isso nos debates que tenho visto.

Penso que deveríamos, desde logo, no momento correto para cada atividade, voltar ao trabalho, para salvar a economia, o que, se não ocorrer, colapsa-la e TODOS estaremos entregues à própria sorte, ou à falta dela.

A economia vinha animada e muitos segmentos já deslanchavam em suas atividades.

As atividades da saúde estão a todo vapor, o pessoal da segurança pública não descansa, as entregas de gêneros de primeira necessidade não pararam (mas os caminhoneiros, QUE LEVAM ESTA NAÇÃO NAS COSTAS, se encontram desamparados nas rodovias, com comércios e hospedagens fechados), uma das provas de que o fechamento de tudo, para se atingir o distanciamento social horizontal, foi feito na emoção, de forma açodada, impensada, no desespero de quem não tem preparo.

Devemos sim, e logo, começar a abrir os nossos negócios que, na etimologia, significa "negação do ócio". Saiamos, pois, do ócio, de forma organizada pelos técnicos de cada setor estando, todos, em sintonia.

* * *

Zé Machado
Vereador

Em defesa de SALVAR VIDAS. Com saúde correremos atrás do prejuízo causado pela pandemia.

Um forte abraço.

Veja mais notícias sobre Saúde.

Veja também:

 

Comentários:

Nenhum comentário feito ainda. Seja o primeiro a enviar um comentário
Visitante
Quarta, 24 Abril 2024

Ao aceitar, você acessará um serviço fornecido por terceiros externos a https://www.atibaiahoje.com.br/