Domingo, 28 Abr 2024

Estou desconfiado que meu filho é autista. O que fazer?

Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*

Quantas vezes fui abordada por pais, por saberem da minha profissão, com questionamentos como esse. Geralmente elas já começam a me dar uma lista de sintomas que percebem na convivência para saber a minha opinião. E obviamente eu não faço uma avaliação somente pelo relato dos pais, nestes casos eu oriento a buscar ajuda profissional para uma avaliação mais detalhada.

Então essa é a orientação, caso você perceba sintomas e comportamentos que te deixam inseguro, não hesite em buscar ajuda profissional para uma avaliação. O diagnóstico é realizado por médicos neuropediatras, neurologistas e psiquiatras, em ambiente clínico, através da observação da criança e conversa com pais e familiares.

E quais são os sintomas mais comuns?

Segundo o DSM-V (Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais) os critérios para diagnóstico do TEA - Transtorno do Espectro Autista são:

1. Inabilidade persistente na comunicação social, manifestada com déficits na reciprocidade emocional e nos comportamentos não verbais de comunicação usuais para a interação social.

2. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividade, manifestado por movimentos, falas e manipulação de objetos de forma repetitiva e/ou estereotipada, insistência na rotina, rituais verbais ou não verbais, inflexibilidade a mudanças, padrões rígidos de comportamento e pensamento; interesses restritos e fixos com intensidade; hiper ou hipo atividade a estímulos sensoriais.

3. Os sintomas devem estar presentes no período de desenvolvimento, em fase precoce na infância, mas podem se manifestar com o tempo conforme as demandas sociais excedam as capacidades limitadas.

Todos esses sintomas causam prejuízos significativos no funcionamento social, profissional e em outras áreas da pessoa com autismo.

Os níveis de autismo são definidos de acordo com a ajuda que ela precisa para realizar suas tarefas diárias, podendo ser 1 (Leve), 2 (Moderado) ou 3 (Severo).

Já no primeiro ano de vida é possível observar alguns sinais como contato visual pobre, ausência de balbucio ou gestos sociais, não responder ao nome quando chamado.

Pode-se observar também pouco interesse em compartilhar objetos e dificuldade em desviar o foco em atividades de interesse da criança.

Problema com o sono também é uma característica muito comum, assim como seletividade para alimentos, medos excessivos e hipersensibilidade a determinados barulhos ou estímulos.

Outros sinais relevantes são: a excessiva preferência por determinados objetos, texturas, cores ou jogos. Pode haver uma demora para engatinhar, andar, falar e até mesmo regressão da fala entre 1 e 2 anos.

É importante salientar que nem todos os sintomas precisam estar presentes, varia muito de indivíduo para indivíduo, por isso é um "espectro". Portanto caso você perceba alguns destes sinais é importante que a criança seja encaminhada para uma avaliação, pois quanto antes forem iniciadas as intervenções melhor será o prognóstico futuro, diminuindo os atrasos no desenvolvimento.

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/

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