Sexta, 03 Maio 2024

Por que o autismo está aumentando?

Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*

No mês de março saiu o novo dado demográfico do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos), foram apresentados os dados onde demonstram que 1 a cada 36 pessoas tem autismo. Uma das perguntas mais recorrentes que me fazem é essa: Por que o autismo está aumentando tanto?

Primeiro é importante refletirmos sobre os avanços na inclusão das pessoas com autismo na sociedade. Se olharmos para os fatos históricos, perceberemos que eles sempre estiveram entre nós, porém isolados. Tente se recordar de quantas vezes você esbarrou com autistas na sua escola ou no shopping alguns anos atrás. Pois é! As ações que visam a inclusão destas pessoas, nestes ambientes, os têm retirado do isolamento e fazendo com que a sociedade se adapte a eles e não o contrário. Aqui já é um ponto importante, pois como passamos a vê-los com frequência, acreditamos que houve um aumento.

Agora, os principais fatores levantados pela literatura científica para explicar este aumento no número de diagnósticos são:

* Substituição diagnóstica - quando ocorre erro no diagnóstico anterior

* Mudança no método de pesquisa

* Mudança cultural - aumento no acesso à informação e conscientização do autismo

* Mudança ambiental - aumento da idade do pai, inflamações no período gestacional, consumo de ácido valpróico, consumo de maconha durante a gestação.

Mas temos um fator que é muito importante para justificar esse aumento nos dados demográficos, que é o critério diagnóstico. Tivemos um alargamento dos critérios que tornaram o fenômeno muito mais amplo. Hoje esses indivíduos têm um acesso mais fácil ao diagnóstico, além da capacitação dos profissionais na área da saúde.

Um exemplo disso é que há 20 anos atrás uma pessoa com autismo nível 1 não receberia o diagnóstico, porque as características não se enquadrariam no que era considerado autismo naquela época. Lembrando que ainda hoje, muitos autistas com nível 1 de suporte têm seu diagnóstico questionado, porque eles não possuem características clássicas do autismo, uma vez que os sintomas são mais leves.

É importante entendermos isso, porque os autistas de nível 1 são mais propensos, inclusive, a sofrer bullying na escola, uma vez que os alunos não compreendem as dificuldades enfrentadas por este indivíduo, principalmente na área social.

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/

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