Sábado, 27 Abr 2024

Que bom que os castigos e punições estão em declínio!

Dra. Regiane Glashan*

Menos pais estão punindo seus filhos e isso não quer dizer que eles não estejam disciplinando-os!

Sabemos que a surra, os beliscões, chacoalhar ou outras formas de punição estão ligados a desordens emocionais na criança tanto no presente como no futuro.

Um novo estudo publicado em 2016 na Revista Científica Pediátricas que examinou as estratégias de mudanças de disciplina dos pais nos EUA, descobriu que o uso de punições e castigos físicos pelos pais diminuiu nos últimos 20 anos.

De acordo com os pesquisadores, as crianças têm apanhado menos, porém outras formas mais "sutis" de punição estão sendo empregadas, tais como cantinho do pensamento, chantagens, ameaças, entre outras.

Embora, tenha havido uma diminuição do castigo físico em todos os grupos socioeconômicos, quase um terço das mães com renda mais baixa, ainda endossa a punição física para crianças. Na verdade, um quarto dessas mães estudadas afirmam bater em seus filhos com regularidade.

Os autores afirmam que é necessário educar as famílias quanto as repercussões negativas para a criança que sofre abusos físicos e psicológicos em casa e que essa violência gera impactos negativos na vida futura dessas crianças.

A Dra. Rebecca Ryan, terapeuta, professora e pesquisadora da Universidade de Georgetown, explicou ainda a causa do declínio dos castigos físicos na atualidade: "O apoio ao castigo físico tem diminuído desde os anos 90, em parte devido as pesquisas científicas que demonstram que as surras e outras punições estão ligadas a resultados negativos para a criança, como a delinquência, comportamentos antissociais, desordens psicológicas, abandono escolar, dificuldades relacionais, replicação da violência nos meios escolares e sociais e abuso de álcool e drogas.

Além disso, a maioria dos estudiosos da área psicossocial aponta que os castigos físicos são pouco eficazes a longo prazo e que os mesmos são capazes de frear o mau comportamento em curto espaço de tempo (momentaneamente), promovendo retaliação futura e desejo de vingança.

* Terapeuta Familiar - Casal - Individual, ênfase na relação mãe-bebê. Especialista-Mestre-Doutora-Pós-Doutora pela UNIFESP, Fellow Universidade Pittsburgh - USA. Site: www.terapeutadebebes.com.br. Instagram: @terapeutadebebes_familia

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