Aos copos!
Admito e tenho que dizer e reconhecer que sou um cara sortudo. Isso mesmo, sortudo. Afinal, apesar de morar aqui na cidade, mas, porém, e entretanto - na base do graças a Deus! - no meio de um mato de uns mil metros quadrados de árvores, capim, flores, bichos e bichinhos de tudo quanto é tamanho que a natureza ofereceu e deu. De graça.
Queria até mostrar para todo mundo, só que agora não dá. Estão todos lá, descansando. Estou vendo agora.
Tem passarinhos, tem bichinhos, tem mais bichinhos ainda, bem bichinhos. Melhor dizendo, bichinhos menores que os menores dedos que a gente tem nas mãos. E, fora isso, também tem os bichinhos que perturbam os outros bichinhos bem maiores, da mesma forma que a gente - com todo esse tamanhão da gente - perturbamos a eles e à natureza propriamente dita.
Propriamente e impropriamente, diga-se - de passagem ou até sem passagem mesmo.
" Estou vendo "
Estão todos lá, repito.
Manhã, tarde, noite, noves fora qualquer hora do dia, da semana, do mês, do ano, da vida, até da morte.
Lamentavelmente a morte deles, claro, e por enquanto. E é assim que vamos tocando a vida. Vez por outra um ou outro resolve fazer cocô ou xixi justamente na hora que a gente está passando e o cocô ou o xixi acertam bem na mira.
Não cheiram tão mal os cocôs dos bichinhos, mas também não cheiram nada bem. Cocô, de gente ou de bicho cheira mal mesmo.
Que eme não? - diriam os menos ousados. Que merda, diria eu, talvez você também, por que não? Somos ousados e abusados, porque não, repito?
E, se me permitem dizer, em todo o caso, merda é merda, especialmente num momento de merda que o mundo anda passando. É claro e a gente até tem que reconhecer que o merdel já foi bem maior em tempos antigos. O ser humano parece gostar disso, esse merdel todo, resultado das encrencas que nós, humanos nos metemos.
" Quem contra quem? "
É homem contra homem, mulher contra mulher, mulher contra homem, homem contra mulher, todos uns contra os outros ou os mesmos uns contra todos os outros. Isso, sem se falar do futebol, onde cada um tem seu clube e entende que loucos são os que torcem contra o clube da gente ou dos outros loucos. Não é uma loucura?
Sim, é uma eterna disputa, palavra que acaba ilustrando a expressão que define o nascimento de todos, ou, pior que isso, define a parição, aquele vernáculo tão expressivo que acaba ofendendo a tal de "PQP", abreviação clara e comportada da tão proclamada expressão "puta que pariu".
Se bem que elas, as tais nem sempre têm culpa de quem pariu ou não pariu, e porque pariu ou nem pariu - não sei se o ilustre leitor concorda. Parir ou não parir, não importa nem quem pariu, na medida em que até as ditas prostitutas parem - por que não? - qual será o problema?
Por sinal, como já se viu, esse vocábulo, eu falo do tal de parir, também pode ser confundido com o verbo - parar - como já se viu, podendo mesmo, ou até devendo, ser encontrado no tal de vernáculo. Fique claro também que vernáculo não representa nenhum tipo de ofensa, mas sim, procura explicar as coisas.
Afinal, queiram ou não queiram, concordem ou discordem, quem pare, pare, é ou, não é? Talvez fique bem melhor ainda afirmar que quem pare dá à luz. Isso mesmo, dá à luz, ainda que não seja uma empresa elétrica ou produtora e distribuidora de eletricidade. Claro que, neste momento estamos falando do verbo parir, ou seja, dar à luz.
Perceba que isso tudo é importante para se ver e acrescentar como é bem aceso o linguajar português, não acha?
Se o prezado leitor e amigo entende tudo isso, como de resto só os intelectuais mais intelectualizados entendem, não haverá mais nada a se discutir na medida em que quase toda a discussão termina na mesa de um bom boteco, cheio de cervejas bem geladas.
" Aos copos! "
Da minha parte, se houver a minha parte, eu parto logo para um whisky ou dois, se tiver grana para pagar. No mais, ficamos assim, bebendo até a próxima semana.
Estamos conversados? Tim-Tim - e, como já dito, vamos aos copos.
Veja mais notícias sobre Edgard de Oliveira Barros.
Comentários: