E se eles fossem embora?
Como não sei como começar esta crônica parto logo para os finalmentes. Repito e insisto em dizer que, como sempre, o problema é o começo, ou o começo de sempre. O começo é tudo, pelo menos é o que dizem por aí, não é? A verdade é que todo começo é difícil. Já reparou?
Incrível, mas verdadeiro: depois do começo as coisas às vezes ficam mais claras, ou, sei lá, até mais escuras, o fato é que tudo começou com o carro andando, e aí, realmente, demora muito mais para parar do que para andar.
Em sendo assim, vamos em frente.
Poderia falar sobre a situação política do país, mas como a nossa situação política sempre foi o que é hoje, tanto ontem quanto no anteontem ou mais ainda, lembra disso? Já tivemos o Adhemar de Barros, já tivemos o Garcez, já tivemos sei lá quem e mais quem, todo mundo mandando e a gente aceitando.
A gente aceita demais. Na verdade, a gente deveria aceitar menos e dar mais pauladas ao invés das palmas que se bate. O fato é que a gente tolera demais e xinga de menos. E também nem adianta xingar, pois os caras não ouvem nem os xingamentos.
Os caras ficam longe, os caras ficam de longe, como diriam os mais espertos narradores.
" Seguindo em frente "
E as caravanas seguem os seus caminhos. Não sei puxadas por quem. Talvez por mim, talvez por você, meu caro e precioso leitor. Nós é que levamos a carroça pelos campos da imaginação.
A gente imagina uma coisa e as coisas são bem outras. Coisas dolorosas nas obrigações de fazer, de trabalhar, de construir, de se virar pra ver se a gente consegue sair do vinagre.
Entra um mandante e sai o outro e vem o outro e mais outro ainda. Todo mundo manda, menos o povo, ou o povão. Nós estamos aqui para servir e para sermos tão mal servidos. Teoricamente seríamos os donos de tudo e de todos os poderes, mas, no fim das contas, quem paga os estragos que os "bom de boca" fazem lá em cima ou aqui em baixo, talvez até aqui ao lado, tantos estragos que fica até provável o fato de que daqui a pouco não tenhamos nem mais nada para estragar. Não é um estrago?
" Quem é quem? "
Pior é que a gente nem sabe quem manda Estão vendo? Quem manda a gente não saber de nada? É, ou não é?
Só que é sim e é assim.
Eles, os lá de cima, os caras que nós pusemos lá em cima, mandam e a gente "bedece", como diria o cumpanhero que não fala as "coisa certa", né? Pois é.
E assim caminha a humanidade, como diriam os filmes tão lindos de se ver no cinema, mas tão tristes quando a gente participa ou vive no mundo real.
Para variar a gente também anda em crise. Em crise de governo. Agora pegaram o Bolsonaro na parada. Sim, naquela história que, segundo afirmaram há uns tempos atrás, o Bolso estaria de malas prontas para tomar conta do governo, na mão grande. As eleições e os eleitos não teriam nada com isso, quem mandaria ou continuaria mandando, hipoteticamente, seria o Bolso. Só que, no correr da carruagem, o pessoal da banda de cá se tocou e tacou o Bolso no canto. Vai, não vai, não se sabe no que vai dar. A coisa chegou até lá nos States e o governo lá de cisma que estão sacaneando o Bolso.
" Será que vai? "
Vai não vai, a gente fica na base do ora-veja! No "será que vai dar ou não vai dar?". O Bolsonaro sempre foi muito chegado com os caras lá dos States. Os caras dos States também eram muito chegados ao Bolso.
Vai daí, os caras dos States podem até reclamar e falar mais alto. Isso para não falar em empurrões, e os tais "chega prá-la", essas encrencas que não deveriam estar acontecendo uma vez que - "us pobrema" - como diria o outro, "us pobrema" é nosso mesmo, nosso dos brasileiros e não dos estadunidenses, é ou, não é?
E aí fica aquele negócio do vai-não-vai até que fosse ou se é que nem vai e nem fica, o assunto se transformando em manchetes de jornais na base do "será que vai mesmo? Ou não vai?".
Quem sou eu, quem é você, caríssimo leitor para opinarmos ou decidirmos quem vai ou quem vem e quem vai e quem vem pra onde e de onde. Não chegam os problemas que a gente já tem e ainda chegam problemas como esse que a gente nem imaginava.
" Amizades "
O Bolsonaro, como pessoa, cultivou amizades com os mandantes norte-americanos e os norte-americanos cultivaram amizade com o Bolsonaro. "Amigo é coisa pra se guardar no lado esquerdo do peito", como diz a canção tão bonita. E não é isso mesmo?
E se a gente conseguir dar um jeito do Bolsonaro ficar respondendo pelo Brasil lá nos Estados Unidos e a gente ficar do jeito que está agora, já que o jeito que está agora, a gente tem que reconhecer, foi o jeito que o povo acabou votando, foi ou não foi? Ganhou ou não ganhou o Lula a tal da eleição?
Se ganhou tem que levar como já levou e está por lá, em Brasília. O Bolso fica lá e o Lula fica cá.
Aliás, se dependesse de mim, eu gostaria que os dois, o Lula e o Bolso ficassem por lá, nos States, ou na Europa, ou no Nossa! Quase eu escrevo um lugar bem quente para eles ficarem Como? Você pensou no tal de inferno?
E que tal?
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