“Cultura do Mal”: os impactos na vida dos jovens
Primeiramente vou esclarecer o que eu chamo de "cultura do mal". Na minha definição são todos os conteúdos e ideologias que comprometem a saúde de nossa sociedade e, consequentemente, dos nossos jovens.
O que temos assistido nas escolas brasileiras e, na sociedade em geral, é um reflexo dessa cultura que foi aos poucos se alastrando. Valores corrompidos, alunos e pais que agridem professores, filhos que não respeitam autoridade, jovens se tornando verdadeiros tiranos, seres humanos sem freio e sem regras. Enquanto sociedade, existe uma convenção de regras e valores éticos e morais que todos devemos seguir para uma convivência saudável, mas o que vemos hoje, é o retrato de uma sociedade que adoeceu.
Os jovens estão sofrendo uma verdadeira lavagem cerebral. Músicas que incitam a violência, drogas e sexo, uma parcela de pais que são o mal exemplo para os próprios filhos, falta de autoridade, liberdade confundida com libertinagem, uma série de problemas tão complexos, mas que teremos que parar e dar um passo para trás. Onde foi que erramos?
Um problema complexo que impacta diretamente a educação e o desenvolvimento saudável dos nossos jovens. Que adultos teremos em poucos anos? É uma reflexão que precisamos fazer urgentemente.
A educação sempre foi o melhor caminho para melhorar de vida. Os jovens de periferia, até pouco tempo atrás, não tinham acesso fácil a um ensino superior. Hoje a realidade é outra, não é a ideal ainda, mas já avançamos muito no direito ao acesso à educação superior para os estudantes de periferia. Porém, infelizmente, vemos uma onda preocupante de "influencers" vendendo uma ideia ilusória de que ganhar dinheiro é fácil, ostentam seus carros de luxo, incentivam jogos de apostas, exibem suas coleções de armas, tiram fotos de viagens caras e mostram suas mansões. O "como" conseguiram, não parece importar muito! Para muitos deles, os fins justificam os meios.
Enquanto sociedade precisamos nos posicionar, as famílias precisam se reorganizar. Famílias disfuncionais criam filhos disfuncionais, salvo exceções. E essas famílias disfuncionais têm alimentado essa indústria que aos poucos vem implantando essa "cultura do mal", basta olhar para o retrato da sociedade que estamos vivendo atualmente.
Os jovens precisam desenvolver habilidades que são fundamentais para o seu futuro, como resiliência, cooperação, respeito, seguimento de regras, disciplina, foco, liderança e muitas outras. A escola sozinha não consegue fazer o papel das famílias, é preciso um trabalho de parceria entre escola, família e estado.
Deixo aqui um recado para as famílias, muito cuidado com o que seus filhos estão acessando na internet, o tipo de músicas que estão ouvindo e as pessoas com quem estão andando. Vocês podem até pensar que é "apenas uma música". Não! Não é apenas uma música. Nosso comportamento é influenciado pelo ambiente, isso inclui tudo que temos contato, inclusive as músicas. No caso dos adolescentes, eles não têm maturidade para identificar e avaliar situações de perigo ou que podem causar prejuízos em seu desenvolvimento.
Juntos somos mais fortes! Precisamos resgatar os valores que foram perdidos, exercer nossa autoridade e orientar nossos filhos sobre os riscos que estão correndo no mundo contemporâneo que está se tornando cada vez mais complexo e perigoso. Fiquemos atentos!
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica, Pedagoga com Habilitação em Administração Escolar, Especialista em Intervenção ABA no Autismo e Deficiência Intelectual, Professora/Formadora em Educação Inclusiva, além de Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar, clínico, empresarial. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com. Instagram: @neuropsicocristianesaraguci. Facebook: @neuropsicocristianesaraguci. Site: www.cristianesaraguci.com.br
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