Quarta, 27 Ago 2025

Violência nas escolas

Temos assistido um verdadeiro show de horrores em algumas escolas brasileiras. Somos bombardeados por vídeos de agressões físicas gravíssimas entre alunos. Vivenciar algo assim é no mínimo traumatizante. Professores, colaboradores e alunos viraram reféns da marginalidade. Resolvi escrever este artigo após amanhecer o dia com a notícia de que, na escola das minhas filhas, no período noturno, ocorreu um episódio gravíssimo de violência contra um aluno, vídeos circularam e se espalharam por todo município.
São cenas tão chocantes que, pessoas normais, não conseguem assistir sem se indignar. Precisamos nos indignar e cobrar das autoridades mais segurança nas escolas. Estamos na era da tecnologia, onde estão as catracas eletrônicas para controlar quem entra ou sai do prédio? Neste caso específico, os boatos são de que os agressores não fazem parte do alunado, ou seja, acessaram o prédio pelo portão da frente.
Infelizmente, a violência é uma realidade em muitas escolas brasileiras. Segundo um estudo publicado no Jornal da USP, oito em cada dez jovens da região metropolitana de São Paulo afirmam ter presenciado ao menos uma situação de violência contra adolescentes nas escolas.
Para refletirmos sobre as causas, ainda que cada caso tenha a sua especificidade, existem maneiras de mapear as causas da violência nas escolas. Um dos pontos importantes é identificar quais são as funções do comportamento violento e agressivo, quais são as motivações por trás desse comportamento? Algumas pessoas acabam sendo agressivas porque querem se sentir poderosas dentro de um contexto em que se sentem fragilizadas. E eu percebo muito isso nas minhas vivências em casa de acolhimento, atendo adolescentes que apresentam dificuldades de aprendizagem graves e que para "sobreviverem" na escola, adotam esses comportamentos inadequados.
Ou seja, é comum pessoas que são mais violentas agirem dessa forma para se sentirem mais competentes em um ambiente onde estão indo mal. Pode ser no sentido de tirar notas ruins, de não conseguir cumprir com as tarefas que são solicitadas, o dito "rebeldes". Não querem assumir suas reais dificuldades!
Desse modo, a função da agressividade é se sentir popular socialmente. Algumas pessoas, para se manterem populares, acabam agredindo e hostilizando quem está à volta.
Existem outras causas, é um assunto muito complexo, não temos como esgotar a discussão em um artigo de poucas palavras, mas é extremamente necessário que haja uma reflexão e, principalmente, uma busca incansável por uma solução que amenize o problema. Percebo também que a falta de punição acaba reforçando esses comportamentos violentos. Hoje, na prática, não existe mais expulsão. Vemos muitos alunos adolescentes que não querem estar naquele ambiente, mas são forçados a estar. É uma reflexão muito complexa, pois o ECA diz que é dever de todos garantir educação, saúde e segurança para as crianças e adolescentes. Mas e quando esse adolescente não querem e não estão abertos a mudanças?
É triste o que as escolas públicas estaduais estão vivendo, professores, colaboradores e alunos viraram reféns da violência, algo que seria impensável algumas décadas atrás.
Concluindo, esperamos que o poder público reavalie todo o contexto e tome decisões melhores para combater a violência, pois apenas diálogo não é suficiente, precisamos de ações concretas, entre elas, a instalação de catracas eletrônicas em todas as escolas para, pelo menos, impedir o acesso de pessoas sem autorização nos prédios escolares. Que a escola seja um lugar seguro e de aprendizado para todas as crianças brasileiras!

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica, Pedagoga com Habilitação em Administração Escolar, Especialista em Intervenção ABA no Autismo e Deficiência Intelectual, Professora/Formadora em Educação Inclusiva, além de Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar, clínico, empresarial. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com. Instagram: @neuropsicocristianesaraguci. Facebook: @neuropsicocristianesaraguci. Site: www.cristianesaraguci.com.br

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