Qual é o melhor método de alfabetização?
Há anos vemos diferentes métodos sendo utilizados para alfabetização. Na minha época os professores utilizavam o método conhecido como tradicional, ou seja, por repetição. Nesta época apostava-se muito na memorização e no método silábico, como o próprio nome já diz, o ensino era por silabas como "ba", "be", "bi", "bo", "bu", começando por sílabas mais simples e passando para as mais complexas. Quem é da minha época, provavelmente foi alfabetizado através da cartilha "Caminho Suave".
Atualmente são utilizados vários métodos, porém, entre eles, o que apresenta maior evidência científica, sendo difundido pelos profissionais da neurociência, é o método fônico. Estudos mostram que crianças aprendem a ler mais rápido e com melhor compreensão ao dominar a relação fonema-grafema. Alguns recursos utilizados que utilizam o conceito do método fônico, são as boquinhas e as onomatopeias.
Minha filha mais velha, hoje com 23 anos, foi alfabetizada com método analítico, que tem como foco apresentar o todo da palavra (palavras e frases) e depois desmembra em partes menores (letras, sons), enfatizando o significado. A vantagem deste método é que estimula a compreensão do texto e o uso da leitura em contexto.
É importante destacar que o método perfeito não existe, o mais eficaz é geralmente considerado o método eclético ou abordagem equilibrada, que combina o melhor de diferentes abordagens.
O método fônico, que foca na relação entre sons e letras, é frequentemente destacado como uma base sólida para a alfabetização, inclusive com suporte de pesquisas neurocientíficas, mas deve ser combinado com outras estratégias, como o método analítico (para a compreensão de contexto e significado) e o método natural (para o interesse da criança).
Cada criança tem suas necessidades e é importante considerar essas diferenças. As salas de aula são diversificadas, temos alunos com estilos de aprendizagem, contextos sociais e intelectuais diferentes. A educação inclusiva ainda apresenta desafios, principalmente quando falamos em alfabetização. Uma criança com deficiência intelectual, por exemplo, apresenta um ritmo de aprendizagem diferente das demais, ou seja, precisa de um plano individualizado de ensino. Tudo isso deve ser levado em conta!
Minha sugestão é que inicie pelo método fônico, pois realmente é o que apresenta os melhores resultados, atingindo o maior número de crianças. Os especialistas dizem que este método alfabetiza crianças, em média, no período de quatro a seis meses. Este é o método mais recomendado nas diretrizes curriculares dos países desenvolvidos que utilizam a linguagem alfabética. A maior crítica a este método é que não serve para trabalhar com as muitas exceções da língua portuguesa. Por exemplo, como explicar que cassa e caça têm a mesma pronúncia e se escrevem de maneira diferente?
Por este motivo, é importante ir inserindo outros recursos e estratégias, que poderão vir de outros métodos e é fundamental que, o professor ou o profissional responsável por alfabetizar uma criança, entenda sobre desenvolvimento infantil, como a criança aprende e quais os métodos e recursos disponíveis que irão ajudá-lo a conduzir todo o processo de alfabetização.
* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica, Pedagoga com Habilitação em Administração Escolar, Especialista em Intervenção ABA no Autismo e Deficiência Intelectual, Professora/Formadora em Educação Inclusiva, além de Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar, clínico, empresarial. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com. Instagram: @neuropsicocristianesaraguci. Facebook: @neuropsicocristianesaraguci. Site: www.cristianesaraguci.com.br
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