Domingo, 28 Abr 2024

Meu filho é desatento, o que eu faço?

Cristiane Fernandes Esteves Saraguci*

Então, a desatenção pode não ser nada ou pode ser muita coisa. É preciso observar a frequência da desatenção, em que situação e ambiente ela ocorre, se há prejuízos na vida pessoal, acadêmica, social e/ou profissional.

A desatenção pode ocorrer de maneira temporária, ou seja, por alguma situação que o indivíduo está passando em um determinado momento da vida que pode estar impactando em seu estado emocional.

Agora, se a desatenção é percebida desde criança, em todos os ambientes que o indivíduo frequenta e, com isso, ele está tendo prejuízos em sua vida, como por exemplo no desempenho acadêmico, é hora de buscar ajuda profissional para uma avaliação.

Geralmente quando as crianças estão apresentando baixo rendimento escolar, é comum que seja encaminhado para uma psicopedagoga ou neuropsicopedagoga para uma avaliação. Essa avaliação irá gerar alguma ou algumas hipóteses diagnósticas que poderiam justificar o baixo desempenho. Se existir queixa por parte dos professores e dos pais sobre desatenção, esse é um dos pontos investigados e posteriormente é feito um encaminhamento para o neuropediatra, pois somente o médico fechará o diagnóstico, caso haja possibilidade de um TDAH, por exemplo.

No caso dos adultos, além da desatenção, é comum observarmos sintomas de impulsividade. Ou seja, o indivíduo acaba tomando algumas decisões sem pensar, por impulso, o que acaba causando uma série de problemas em sua vida pessoal e profissional, ocasionando, inclusive, desgastes em seus relacionamentos. A melhor solução é buscar tratamento, que geralmente é combinado medicamentoso com terapia, principalmente para estimular o foco e a atenção.

Hoje em dia percebemos que alguns termos como TDAH ou Déficit de Atenção são utilizados de maneira leviana. TDAH é um transtorno (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), ninguém passa a ter esse transtorno depois de adulto, pois ele é um transtorno do neurodesenvolvimento. Uma das características do transtorno é justamente o aparecimento dos sintomas durante o período da infância, ficando mais evidente ao ingressar na escola, uma vez que a atenção é fundamental para o aprendizado.

Sendo assim, ao perceber que seu filho é desatento, preste atenção aos detalhes, de repente é apenas algo passageiro. Observe também como está o sono da criança, pois é fundamental que ela tenha um sono saudável. Faça tudo o que estiver ao seu alcance para eliminar possíveis distratores que podem estar interferindo na aprendizagem do seu filho (celular, tablet, televisão, jogos, etc.). Lembre-se que seu filho precisa de rotina, horário para acordar, se alimentar, fazer higiene, estudar, brincar e dormir, tudo tem sua hora.

Agora, se você já fez de tudo e mesmo assim percebe que algo não está certo, busque ajuda profissional para que não ocorram atrasos ainda maiores no desenvolvimento da criança, quanto antes começarem as intervenções, menores serão os prejuízos. Lembrando que o TDAH não tem cura, porém as intervenções precoces também ensinarão o indivíduo a lidar com o transtorno que o acompanhará por toda sua vida.

* A autora é Neuropsicopedagoga e Psicopedagoga Clínica e Institucional, Pedagoga especialista em Administração Escolar, Coach Pessoal, Profissional e Líder Coach pela Sociedade Brasileira de Coaching e Analista Comportamental Disc pela Gestor Performance. Possui experiência de mais de 20 anos na área, atuando no âmbito escolar e clínico, como também no mundo business como Coach, palestrante e desenvolvendo pessoas. Contatos: E-mail: crissaraguci@hotmail.com; Instagram: @neuropsicocristianesaraguci; Facebook: @conexãodoaprender e Blog: https://conexaodoaprender.home.blog/

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